terça-feira, 26 de outubro de 2010

Conversas de Botas Batidas

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Entre um trago e outro do baseado ela tenta puxar, conversa

Ela – Vamos escrever..

Como de costume, ele lendo Bukowski lhe responde:

Ele – Eu não, to sem saco.

Ela já sobre efeitos do baseado ri sozinha, pensando em escrever justamente isso... Afinal, a maior dúvida que ela poderia ter naquela noite seria qual chocolate escolher no frigobar do motel, chokito ou diamante negro?


e Bob Dylan continua tocando... Like a rolling stone

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O seu deitar

Nos teus olhos me vejo
No delírio do que posso ver
Como um rato que suspira o queijo
O deitar de brussos
Branca como russos
Foi minha visão
Ou que sabe uma alusão
De que neste largo mundo
Donde sou oriundo
Eu possa ter tal compreensão.
[tua beleza simples]
Em que pra mim foge a razão.


A. L.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

...pro mundo ficar Odara

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Bastou o encontro
Ninguém disse nada pra ninguém
Nós simplesmente nos abraçamos
Como se já soubéssemos que talvez essa tenha sido a nossa última vez
Foi um abraço longo
Permanecemos assim pelo menos uns cinco minutos
Sem nenhuma palavra
Depois do longo abraço
Ela deitou no meu colo
Enfiando a cabeça nas minhas pernas
Como era de costume
E eu acariciava as suas costas
Enquanto via as minhas lágrimas correndo por ela
Continuamos assim
Sem dizer nada uma para outra
Afinal, nosso amor nunca precisou de palavras
Gestos ou olhares
Ela sentia que eu á amava
E eu sentia o mesmo também
Assim ficamos
E tivemos os mais breves e maravilhosos
Trinta minutos das nossas vidas.

[...]

É, eu vou sentir falta do cheiro de sundown que ficava em você quando chegava da praia aos domingos.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

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"Eu não pretendo dizer a ninguém
se eu serei para sempre assim
se pela volta que o mundo dá
ou se pela morte que tem que chegar
coragem só falta, pra quem nunca tem
Na verdade só sabe quem é de ninguém
De mim só eu sei, basta e não quero que ninguém me diga nada, me ensine nada não, me diga nada, me ensine nada
Não tenho medo de dar o passo que der eu sei a minha razão está em mim"

[...]


NB

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A menina e Deus

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6 meses que ela reza
No começo foi assim
Rezando pra ele voltar,
Mas o tempo passou e as lágrimas de costume secaram
Então ela pedia,
Toda noite outra reza
Agora ela queria esquecer
O amor que um dia Ele fez acontecer

Mas Deus perdido, não lhe concedeu esse pedido.
Ele já se sentia acuado por tanto sofrimento
Já que só Ele via toda noite o travesseiro umedecendo

Os dias foram passando e Deus ainda se perguntava
Quando era que essa menina iria parar de chorar pela pessoa amada
E nada Ele podia fazer
Já que um dia ele concedeu
Pra essa mesma menina um pedido bem antigo
E no dia 25 aconteceu o previsto
Ela então tinha encontrado o sonho mais sonhado
E Deus por justiça foi então abençoar

Era uma data importante,
Dessas melhor que aniversário
Com mais fogos e mais balão
Mas não era São João.

Era só comemoração...
A menina e seu amado
E Deus com seu filho tão lembrado.

Por fim os dois conversaram
E ela sabia que a escolha tava feita
Deus já tinha dado sua sentença.

Ele então abençoou
Aquele casal tão amado
Com a condição que só ela sabia
Mesmo assim ela aceitou
O que tinha combinado.

E agora como Ele faz
Se a menina não quer mais
Sofrer por aquele rapaz.

Mesmo sabendo que o acordo
Não podia ser quebrado
Já que ela prometeu no dia de Natal
Que nada mais ela queria na vida
Do que aquele amor concretizado.

Mas Deus lhe alertou que aquele amor
Também tinha seu lado mau.
E lhe alertou de todo sofrimento
Mas a menina não queria esperar mais nenhum momento.

Por fim eles fizeram o acordo
A menina e Deus.
E Não tinha mais volta
O trato estava feito
E de agora em diante
O amor aconteceu
Abençoado no dia do filho
mais importante de Deus.

E a reza não adianta
Já que naquelas letrinhas miúdas
Ela já tinha assinado
A sentença da sua vida


Mais ninguém nunca soube
Que ela tinha seu fardo
Afinal aquele amor não podia ser quebrado
E nada Deus poderia fazer
Já quem um dia essa menina
Prometeu de joelhos que aceitava seu destino
Aceitar aquele amor
Mesmo que um dia ele não fosse mais concebido.

E pelo resto da vida
A menina vai carregar
O seu amor, partido.
... um dia por Deus abençoado!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

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as idéias me fogem quando eu pego um papel!


... ou será que as idéias só surgem justamente quando não tenho papel? Aliás, quem precisa de papel mesmo?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Conversas de Botas Batidas

Aquela foi à última ligação do dia... e depois de longas conversas sobre o que ambos estão lendo e escrevendo.

Ele – Eai ta quase feliz?

Ela – Não existe quase feliz! Ou se é feliz ou não é...

Ele – É, mas às vezes eu sou quase feliz.

Ela – Não existe felicidade plena. A felicidade é feita de momentos, pequenas sucessões de acontecimentos.

Ele – É verdade, mas eu seria feliz se eu estivesse lendo essa poesia ao seu lado. Se você estivesse aqui comigo.

[ ... ]

Ele – Mas logo depois você iria me dizer coisas da qual eu não iria gostar, o que faria eu pensar coisas desagradáveis... e você sabe onde isso daria.

Ela – Tudo não passa de uma grande ilusão, de momentos. Assim como você escreveu no seu blog.

Ele – Não é assim...

Ela – Mas você escreveu isso!

Ele – Acho que você não entendeu sobre o que eu quis escrever, eu estava falando de amor...

A ligação cai e ambos não tentam mais falar um com o outro.

Ela – É, acho que ele nunca soube demonstrar sentimentos....

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Conversas de Botas Batidas

Entre uma música e outra ela tenta criar coragem de lhe fazer uma simples e crucial pergunta

Ela – Tenho uma pergunta pra lhe fazer.

Ele – Diga meu amor.

Ela (visivelmente nervosa) diz – Aaahh, calma meu amor. Tenho que criar coragem, não é assim.

Ele – ok então, mas faça logo.

Ela – É uma pergunta muito importante

Ele (sorrindo, com os olhos vidrados nela) diz – Pergunte meu amor, não tenha medo.

Ela – Tá bom.. Você tem que me responder sim ou não, mas antes eu tenho que me preparar pra resposta.

Enquanto isso ele ajeita o travesseiro do qual ela tanto adora na cabeça dela

Ele – Não tenha medo.

Três minutos depois...

Ele – Então meu amor?

Ela – Calma, calma... Ainda to sem coragem. É uma frase pequena, mas muito importante.... Vou te propor um acordo, certo?

Ele – Certo.

Ela – Você escolhe a próxima música e se tiver uma das palavras ou se tiver relação com a pergunta eu te pergunto.

Prontamente ele foi tateando entre várias opções até que escolheu a música. Ela surpresa se assusta ao saber que ele colocou exatamente a sua música favorita. Que começa exatamente assim:

“Love, love, love There's nothing you can do that can't be done Nothing you can sing that can't be sung…”

Alguns segundos depois...

Ela diz – É, você acertou. Já são 30% da pergunta.

Ele diz – 30% não, são 33%!

(ambos riem)

A música acaba e enquanto isso ela respira fundo como se tivesse tentando achar a coragem no fundo do pulmão e finalmente lhe faz a pergunta...

Ela – Você me ama?

Ele (com o olhar mais sereno do mundo) diz – Sim.

Eles se beijam e novamente ela faz outra pergunta.

Ela – Você já sabia que eu iria perguntar isso, Né?

Ele (rindo) diz – Sim, eu já sabia.

Ela chegou a lhe perguntar na mesma noite à mesma coisa umas três vezes pra ter certeza. E ele como sempre respondia sem questionar ou esperar nada dela em troca.

Enquanto ela terminava a noite ali deitada nos seus braços do lado esquerdo da cama, como era de costume. Ela ainda pensava, sem acreditar no que tinha ouvido.

E ele sem saber, não tinha idéia que ela tinha passado horas acordadas pensando naquelas simples e importantes palavras. Afinal, o homem pela qual está apaixonada disse: Eu amo você!

Agora lhe resta criar mais coragem pra fazer o mesmo, e dizer pra ele: Eu também amo você!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

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Palavras são exatamente como comidas. Alguém já parou pra pensar nisso ou sou eu e meus questionamentos sem futuro???

Ou você sabe cozinhar ou não sabe, senão você simplesmente enrola. É exatamente como escrever. Os dois são considerados como "arte" (a meu ver, claro). E ambos podem podem ser usados para os mesmos fins. Prazer e satisfação própria... por puro fingimento. Por que quem escreve e quem cozinha precisa da aprovação de outra pessoa, afinal não tem graça fazer aquela comida MARAVILHOSA e comer ela sozinha numa noite de terça-feira, ou escrever aquela poesia MAGNIFICA e deixá-la trancada na gaveta, ou no bloquinho de papel ao lado da cama.

E olha que eu ainda nem falei que ambas servem pra desabafar. Mas pra fazer bem feito tem que ter o dom pra coisa.. senão, como dizem: "Não cola"

Nas duas coisas você pode captar a essência da pessoa, o sentimento, à vontade, tem que ser feito com alma, entregue.... fora que as duas coisas são ótimos passatempos. Pra quem gosta lógico. Mas no fundo, a pessoa sente que fica aquele vazio, fica faltando algo.. um sal, uma pimenta.

Talvez seja por isso que eu ainda continue muito enjoada,
só que agora to tendo vertigem.
È, vertigem.

Todo esse caldeirão cibernético me traz umas comidinhas insossas.
Todas muitos iguais. Parecidas com feijão e arroz, daqueles bem mal feitos. E a sensação de quando olho pra ele é exatamente aquela que eu tinha quando era 5ª série e pintava qualquer merda num papel branco e ficava olhando 10 segundos sem piscar. Aquela sensação estranha, que pode até causar náuseas e dor de cabeça se fixar demais os olhos nela. É exatamente isso que eu vejo quando leio (ops, quando eu como) esse preto e branco. Esse feijão com arroz.

Afinal, eu não me atrevo a ir na cozinha fazer uma a parmegiana, sendo que nem sei como preparar o arroz de acompanhamento (fica a dica).

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

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Me revira o estomago saber que você existe e o quanto desprezível e repugnante consegue ser, sem nenhum esforço. Nenhum.

domingo, 3 de outubro de 2010

Ele e Ela

Ela sente que não tem mais os olhos dele
Ele diz que não encontra mais os delas
Ela teima em achar que ele escolheu outro caminho
Ele sempre colocando a culpa nela
Ela consegue ver mais do que ele
Ele teima em se fazer de cego
Ela diz que não tem medo
Ele senti que não tem coragem
Ela procura as cores
Ele apaga todas elas
Ela senti que acredita
Ele diz que não quer tentar
Ela senti saudades
Ele tenta não sentir
Ela busca soluções
Ele quer explicações
Ela falta paciência
Ele tem de sobra
Ela tem gentileza
Ele falta delicadeza
Ela esquece
Ele não perdoa
Ela é insegura
Ele tem a vida nas mãos
Ela sente que perdeu tudo
Ele tenta achar o que não perdeu
Ela não sabe começar
Ele já se fez por inteiro
Ela ainda chora
Ele já começa a rir
Ela ainda é fraca
Ele continua forte como nunca
Ela espera pelo dia
Ele ve as noites passar
Ela começou a escrever
Ele já tem até livros
Ela volta
Ele eu já não sei se vem
Ela tem uma filha
Ele também
Ela acha que vai ter Francisco
Ele deve pensar nisso também
Ela tem sonhos
Ele também
Ela ama
Ele também
Ela quer...

… Ele...


… já não sei

Que as músicas toquem

no caminhos e nos pastos
nos enxames e nas vacas,
pelos cavalos na estrada.

Que sejam as de Vinicius, Caetano e Chico
as melodias cantada.

no asfaltos e nas praias
nos cachorros e nas raposas,
pelas tartarugas na estrada.

Que sejam as mulheres as que cantam o teu caminho,
antigas como Calcanhoto e novas como a do Monte.

no chão batido e nas rodovias
nos gatos e nas cabras,
Pelos porcos na estrada.

Que sejam agora Fagner, Belchior e Raul,
todas muito biograficas.

As próximas a serem tocadas,
mas já não se ouve...

No asfalto, praia, serra, pastos, rodovias, chão batido..
nos caminhos, nas estradas.

O que se ouve agora é pouco
uma nota, mal tocada.

Já não se sabe que lado seguir,
sabe apenas que perdeu
as músicas para ouvir.

Sem cor, sem perfume, sem bicho, sem música, sem amor
Sem nada...



Apenas estrada.